O governador do BNA revela que o impacto do conflito europeu na Ucrânia, está a ser positivo para o “preço do barril de petróleo”, mas negativo na “importação de alimentos e matérias”
O governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, considerou quinta-feira (31) que a economia angolana se tem mostrado “resiliente” face ao impacto do conflito europeu na Ucrânia, mas avisou que há “incertezas” que aconselham prudência na política monetária.
“A nossa economia, como as demais, funciona num contexto de integração, de globalização, há efeitos que independente do distanciamento geográfico acabam por nos afectar”, disse José de Lima Massano, em Luanda, no final da reunião do Comité de Política Monetária.
O governador apontou impactos a dois níveis: no preço do barril de petróleo, que está agora acima das projeções mais optimistas, o que é positivo para os países exportadores como Angola, mas também efeitos negativos relacionados com a importação de alimentos e matérias-primas, devido à subida do preço das “commodities”, o que se vai reflectir em termos internos.
“A nossa economia tem-se mostrado resiliente. Isto verificou-se também com o comportamento mais recente da inflacção e a nossa expectativa é que se mantenha neste curso de abrandamento, daí mantermos a previsão para este ano em torno dos 18%”, salientou.
No entanto, complementou, o BNA está atento à evolução dos acontecimentos: “actualmente estamos atentos a todos os efeitos, quer internos, quer externos, que poderão condicionar esta evolução e o BNA também está preparado para, com os seus instrumentos, influenciar a manutenção da estabilidade de preços”.
“O facto de termos um ligeiro abrandamento da taxa de inflacção não nos pode permitir já fazer uma alteração do curso de política monetária, temos ainda muitas incertezas”, destacou o responsável do BNA.
José de Lima Massano reforçou que o banco central vai continuar a prosseguir políticas que conduzam à inflacção de um dígito: “O que nós procuramos é a inflação de um dígito, as nossas acções a prazo têm de nos levar para inflacção de um dígito”. (In Observador)