Início Economia Cidadãos agastados com políticas do BNA afirmam que Massano “tem muito jeito”

Cidadãos agastados com políticas do BNA afirmam que Massano “tem muito jeito”

por Redação

O atual governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, que já foi o principal gestor do banco central angolano no anterior regime liderado por José Eduardo dos Santos, tem sido constantemente acusado de práticas lesivas à economia nacional.

Francisco Manuel

Apesar dos pesares, contrariando todos argumentos que têm sido levantados, o Presidente da República, João Lourenço, depositou confiança em Massano para conduzir a política monetária e bancária do país, neste momento de grandes desafios.
Assim sendo, em Janeiro de 2019, o BNA reduziu as taxas de juro numa tentativa de estimular a atividade económica não petrolífera, impulsionar o crescimento das exportações e reforçar a competitividade das exportações. Em Abril do mesmo ano, o banco central emitiu um aviso ditando níveis mínimos de crédito a ser concedido pelos bancos aos produtores nacionais, a fim de apoiar a agenda de diversificação económica.
Os níveis reportados de liquidez na banca mantivearm-se limitados. A maioria dos gestores de topo dos bancos alertou Massano para as dificuldades que enfrentam, em particular no acesso a divisas e, mais recentemente, a Kwanzas. Na mesma ocasião, os administradores dos bancos relataram ao governador do BNA que a política de repatriamento de capitais, uma das prioridades do Presidente João Lourenço, não teve a adesão esperada, com montantes diminutos reenviados para o País pelos seus clientes. Alguns dos principais bancos relataram não terem registado qualquer movimento de repatriamento de capitais, o que terá deixado José Massano e o Ministério das Finanças apreensivos.
Dadas as persistentes debilidades económicas (sucessivas revisões em baixa das previsões de crescimento económico ainda em 2019), associadas a dúvidas crescentes quanto à capacidade de o país inverter a tendência de redução acentuada da produção petrolífera, cerca de 1,41 milhões de barris/dia até Abril do ano passado, menos 220 mil barris do que em 2017, e a difícil situação financeira, tem sido escasso o interesse da banca internacional em fusões e aquisições no mercado angolano, apesar da multiplicidade de oportunidades existentes.
Nos dias atuais, em meio à pandemia do Covid-19, a sociedade angolana reitera críticas às políticas levadas a cabo por José de Lima Massano, culpando-o da escassez de divisas no país.
“As pessoas deixaram de depositar os seus dinheiros no banco, porque ficaram com medo de não poder movimentar as suas divisas”, lamentam os cidadãos, acrescentando que “num país como o nosso, que vive de importações por pouca produção interna, nunca podia adotar a atitude de restrigir a livre circulação de moeda estrangeira, porque enquanto a moeda estrangeira circulou no nosso país, nós tinhamos liquidez e meios para trabalhar”.
Os cidadãos questionam o Chefe de Estado em relação ao trabalho efetuado por Massano, considerando que já esteve a frente do Banco Nacional de Angola no anterior regime e, ao que consta, terá saído a seu pedido. Mas, os cidadãos afirmam que Massano “tem muito jeito e criatividade”.
Continuando, consideram ainda que, com as políticas atuais do BNA, “o país não chegará a lado algum, nem daqui a 100 anos”.
Alguns pronunciamentos públicos de Massano têm sido recebidos como insultos. Por exemplo, que “a venda de divisas no mercado informal é ‘mito urbano’”, ou seja, coisas da cabeça do povo. “Os cidadãos optam pelo mercado informal por falta de informação, preguiça em levar documentos,comodidade em fazer negócio na rua, por não usar gravata ou por não gostar da estrutura do banco…”!!!
Esta maneira de falar não agrada aos cidadãos e empresários.

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