Início Economia Britânicos fecham acordo com Endiama para explorar diamantes na Lunda Norte

Britânicos fecham acordo com Endiama para explorar diamantes na Lunda Norte

por Redação

A companhia diamantífera estatal angolana Endiama e a Gemcorp, grupo de gestão de fundos de investimento sediado em Londres, anunciaram esta quarta-feira (10.02) um acordo para o desenvolvimento de um projecto diamantífero na província da Lunda Norte.
O acordo prevê a criação, em 2021, de um «programa piloto de exploração mineira para garantir a rápida implementação do projecto, o início das operações e a exportação de diamantes» do depósito do Mulepe, na Lunda Norte.
O documento foi assinado em Dezembro do ano passado e prevê a exploração do depósito do Mulepe, naquela província, segundo uma nota conjunta divulgada quarta-feira.
O depósito do Mulepe contém, segundo a mesma nota, «depósitos aluviais e kimberlitos significativos», pretendendo o projecto que visa dinamizar o seu potencial diamantífero, criar postos de trabalho e de valor acrescentado para esta região angolana.
«Com este programa piloto pretende-se que ambos os parceiros conheçam detalhadamente as operações mineiras a desenvolver no local, o tipo e a qualidade dos diamantes existentes na concessão, a capacidade dos prestadores de serviços que já actuam na região, assim como a potencial e arrecadação de receitas com a venda dos diamantes a extrair do Mulepe», acrescenta o documento.
Com um investimento de 150 milhões de dólares (124 milhões de euros ao câmbio actual), o projecto prevê que, em plena produção, seja possível processar aproximadamente três milhões de toneladas de kimberlitos por ano.
O financiamento ficará a cargo da Gemcorp, que o fará enquanto acionista maioritária, promotora e operadora, enquanto a Endiama, «que possui um conhecimento institucional relevante do local», irá trabalhar «para que esta parceria se desenvolva de forma atempada, economicamente rentável e segura».
A Gemcorp prevê empregar cerca de 140 trabalhadores, «maioritariamente provenientes da comunidade local» e que estarão dedicados à «gestão, operação e exploração mineira».
O presidente do conselho administrativo da Gemcorp, Atanas Bostandjiev, citado no comunicado, diz estar satisfeito pelo apoio a Angola «na retenção do valor total dos recursos naturais».
«Angola é um país com enorme potencial e esta parceria reforça a confiança que temos no futuro económico do país. A nossa capacidade e experiência no financiamento e no desenvolvimento de projectos, acompanhada da experiência na comercialização de bens na África Subsariana, significa que estamos bem posicionados para implementar e concluir esta nova aposta em Angola», referiu o dirigente do grupo.
Já o homólogo da Endiama, Ganga Júnior, elogiou a parceria, que «constitui mais um passo para o aumento da carteira de negócios do subsector diamantífero angolano em toda a sua cadeia de valor».
«Temos grande gosto em trabalhar com a Gemcorp naquela que será a sua primeira actividade de exploração de diamantes no País, um exercício que contribuirá, decerto, para o desenvolvimento de Angola, e que representa um sinal forte de abertura do subsector ao investimento directo estrangeiro», sublinhou o responsável angolano.
O projecto Mulepe é o primeiro investimento da Gemcorp na exploração diamantífera na África Subsariana. A Endiama contribuiu com 252 milhões e 328 milhões de dólares (207 milhões e 271 milhões de euros ao câmbio actual) para os cofres do Estado, em 2018 e 2019, respectivamente, esperando aumentar este valor para quase 1.400 milhões de dólares (1.155 milhões de euros) entre 2020 e 2022.
A empresa facturou 1.266 milhões de dólares (1.045 milhões de euros) em 2019 e estima receitas globais de 1.657, 1.877 e 2.208 milhões de dólares (1.367, 1.557 e 1.822 milhões de euros) em 2020, 2021 e 2022. *(Com agências)

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