Início Economia Belgas dispostos a negociar com Angola e bolsa de diamantes poderá arrancar em 2022

Belgas dispostos a negociar com Angola e bolsa de diamantes poderá arrancar em 2022

por Redação

O ministro angolano dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, afirmou segunda-feira (10) que espera lançar a bolsa de diamantes de Angola, de forma experimental, no próximo ano, sublinhando que pretende cooperar neste domínio com empresários belgas.

O ministro falava num encontro, em Luanda, com uma delegação de mais de 20 empresários belgas, associados ao Centro Mundial de Diamantes de Antuérpia (Antwerp World Diamond Centre), uma organização que representa mais de 1.600 empresas deste sector.

Na sua intervenção de abertura, Diamantino Azevedo abordou as mudanças em curso na comercialização de diamantes em Angola, necessárias para eliminar práticas de monopólio, e que constituirão um momento transitório para um mecanismo mais eficiente para a comercialização dos diamantes, a futura bolsa.

O governante sublinhou a vontade de cooperar com a AWDC e outras bolsas a nível mundial, para melhorar a comercialização, e adiantou que o governo está também a trabalhar no aumento da capacidade de lapidação dos diamantes.

Para o efeito, está a ser criado um parque para instalação de fábricas em Saurimo (Lunda Sul), adiantou, apelando aos empresários belgas para investirem neste polo de lapidação, bem como nas áreas de prospecção e produção de diamantes.

Sobre o potencial mineiro, Diamantino Azevedo lembrou que Angola tem a quarta maior mina de diamantes primários do mundo e, em breve, deverá entrar em produção uma com maior dimensão.

O embaixador da Bélgica, Jozef Smets, que acompanhou o encontro, disse que o objectivo da visita é intensificar os contactos já existentes e apresentar Antuérpia como um centro de negócios de diamante, que oferece os melhores preços e garantia de transparência, mas também dar a conhecer os projectos e políticas do executivo angolano.

Por seu lado, o presidente da Endiama, empresa pública angolana de mineração, Ganga Júnior, salientou que Angola quer aproveitar a experiência belga na futura bolsa.

Quanto à entrada em funcionamento das novas minas, indicou que a mina de Luaxe deve ter «alguma produção experimental» já este ano, devendo entrar em funcionamento também outras mais pequenas como as de Luembe e Cassaguidi. O objectivo é atingir no próximo ano uma produção de 14 milhões de quilates.

Assim sendo, o Centro Mundial de Diamantes de Antuérpia quer assinar um acordo com o governo angolano para a compra directa de diamantes, disse o presidente da organização, Chaim Pluczenik.

«Antuérpia é o maior centro mundial de diamantes e Angola é um dos maiores produtores mundiais, queremos ter um fornecimento directo para a indústria belga”, disse Chaim Pluczenik em declarações à margem do encontro de empresários belgas com o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo.

O responsável destacou que 86% da produção mundial de diamantes passa por Antuérpia. «Estamos preparados para assinar um acordo de longo prazo com o governo, com algumas companhias, tal como fizemos com a Alrosa (empresa diamantífera russa) e a DeBeers», acrescentou.

Chaim Pluczenik adiantou que a sua própria empresa, a Pluzcenik, uma das principais casas diamantíferas mundiais, criada há 65 anos, é uma das interessadas.

«Gostamos de trabalhar no longo prazo, não somos oportunistas. Gostamos de trabalhar numa base regular nos tempos bons e nos tempos maus», afirmou, apontando para um possível acordo de três a cinco anos.

Participaram no encontro, em Luanda, 20 empresários ligados à AWDC que vieram explorar oportunidades de negócios e vão manter contactos com as empresas públicas angolanas SODIAM (comercialização de diamantes) e Endiama (mineração).

Os empresários vão visitar também as obras do Polo de Desenvolvimento Diamantífero de Saurimo (PDDS) onde o governo angolano procura captar investimento privado para preencher os 26 lotes disponíveis. (Com Lusa)

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