A escritora Maria Eugénia Neto foi homenageada quarta-feira (15), pela União dos Escritores Angolanos (UEA), numa acção em parceria com a Associação Mentes Brilhantes
O acto decorreu durante a I Conferência denominada “A PIDE na rota de Agostinho Neto” e serviu para reconhecer o relevante trabalho de Maria Eugénia Neto na divulgação e promoção da história contemporânea de Angola, em particular a figura do fundador da nação angolana.
A homenageada referiu que a cerimónia levou-lhe a recordar as pessoas que estavam intrinsecamente ligadas ao primeiro presidente.
Maria Eugénia Neto sublinhou que Agostinho Neto foi um dos grandes homens do século XX, que lutou pela liberdade das pessoas de África e do Mundo. “É necessário acarinhar a personalidade de Agostinho Neto, pois deu toda a sua vida para o bem do povo angolano”, referiu.
Para o presidente da Associação Mentes Brilhantes, Domingos Cardoso Martins, a homenagem a Maria Eugénia Neto surge pelo facto de ser uma personagem muito importante na construção do legado de Neto.
“Maria Eugénia Neto foi uma incansável mulher enquanto Agostinho Neto esteve na cadeia, pois naquele período era a pessoa que levava as correspondências, confirmava as matrículas e servia de elo entre a família em Angola e Neto”, sublinhou.
Neste sentido, Domingos Cardoso Martins referiu que nas celebrações do centenário é necessário falar sobre a influência de Eugénia Neto naquilo que é hoje o legado de Agostinho Neto.
Maria Eugénia Neto nasceu em Trás-os-Montes (Portugal), a 8 de Março de 1934. É autora de vários livros, com destaque para “E na Floresta os Bichos Falaram” (prémio de honra na Comissão Cultural da ex-República Democrática Alemã, para a Unesco, 1977-Leipzig), “Foi Esperança e Certeza”, 1979, e “A Formação de Uma Estrela e Outras Histórias na Terra” (1979).
Por outro lado, Domingos Cardoso Martins, convidado a dissertar sobre o tema, fez uma incursão sobre o surgimento da PIDE, os momentos das prisões de Neto que aconteceram em 1952, 1955, 1960 e 1961.
Estas prisões, segundo o palestrante, culminaram com a fuga astuciosa em 1962, numa colaboração entre o MPLA e elementos do Partido Comunista Português, tendo seguido viagem para Marrocos e Congo-Léopoldville (hoje República Democrática do Congo).
Por sua vez, a ensaísta Edmira Cariango Manuel fez uma reflexão sobre “O Direito a Leitura da Alma, Incursão ao Imaginário através da Poesia de Neto”, onde referenciou a capacidade poética de Neto, tendo como centro a liberdade e o sentimento do homem. (In Angop)