O grupo tradicional ‘Semba Muxima’, que em português significa ‘Semba no Coração’, é um conjunto angolano que apresenta um reportório composto por ritmos musicais e danças, garantidas pelas bailarinas, nos estilos como o semba, kangoia, njimba, mundango, varina, xinguilamento, rumba e bolero, muitos criados com base em pesquisas feitas nas províncias de Malanje, Bengo, Huambo, Bié, Kwanza-Norte e Kwanza-Sul.
Domingos Kinguari
O Semba Muxima, ao longo dos anos, tem interpretado, entre outros temas, «Uajiza», «Kangoya», «Tia» e «Imbongakietu», e tantas outras músicas que fazem furor nas pistas de dança.
Infelizmente, muitos já não os veem actuar, com excepção da homenagem que a Tv Zimbo lhes fez no ano passado. Nem os ‘Lifes no kubico’ os querem convidar, ou seja, não falam deles.
A TPA deveria ter uma grelha de programas de músicas tradicionais para resgatar os nossos valores culturais que estão a desaparecer. Em face à pandemia da Covid-19, este grupo e outros estão desaparecidos e sem qualquer actividade artística, apesar de viverem desta arte. Não são convidados para actividades culturais, talvez queiram a sua extinção. Mas não vamos deixar. Aqui vai a nossa singela homenagem nas páginas deste jornal ao grupo Semba Muxima.
O conjunto é constituído por talentosos jovens que deveriam ser melhor aproveitados pelas escolas de música e pelo próprio Ministério da Cultura Ambiente e Turismo. Infelizmente não querem saber deste estilo tradicional que é estudado longe das nossas fronteiras, como o Brasil, Argentina e Cuba.
Francisco Franco ‘Ti Chico’ (ngoma solo), Manuel Gomes ‘Manelson’ (ngoma baixo), Noel Alferes ‘Dibas’ (dikanza e puíta), Vieira Carlos ‘Levi’ (voz e hungo) e Julião Francisco ‘Kau’ (mukindu, voz e hungo) pretendem dar continuidade às excelentes performances já realizadas em outros projectos e a nível internacional, estão sem espectáculos em função da pandemia da Covid-19.
Nas obras discográficas do grupo já teve as mãos e vozes mágicas de Caló Pascoal, Lina Alexandre, Dj Mania, El Dji, Sabino Henda e Lito Graça, e foram interpretadas em kimbundo, umbundo, português, fiote, nganguela e nhaneca-humby.
‘Uajiza’ é um dos cartões de visita do Semba Muxima
Muitas músicas do seu reportório foram gravadas nos estúdios da Rádio Nacional de Angola, na Endipu, T. B. Max e Showas Gaspar (Lubango), e foram masterizados em Espanha, Portugal e na África do Sul.
A banda Semba Muxima é composta por cinco elementos e foi fundada a 10 de Abril de 1993, em Luanda, no município do KilambaKiaxi, pelos cinco jovens, cujo objectivo era a preservação e divulgação dos valores culturais e ritmicos de Angola. A sua primeira obra discográfica foi lançada em 1996, intitula-se «Tia», «Kangoia» em 1998, «Uajiza» em 2004 e a última em 2009 «Tu Kixicaneno».
O grupo está há onze anos sem gravar, tudo por falta de dificuldades em encontrar um patrocinador para a quinta obra e assim como um sponsor sério que não seja daqueles que estão preocupados com o seu bolso e não com o do colectivo.
O reportório do grupo é composto por ritmos como o semba, kangoia, njimba, mundango, varina, xinguilamento, rumba, bolero e tantos outros. Em 2000, obtiveram a classificação de «Melhor Grupo Tradicional» e o tema foi «Kangoia» considerado como «música revelação» no concurso «Top Rádio Luanda».
Em 2004, classificou-se em quinto lugar no concurso «Top dos Mais Queridos» da Rádio Nacional de Angola. No mesmo ano, o tema «Uajiza» foi classificado como «melhor música tradicional do ano», e segundo a boca do público, só não venceram por falta de honestidade dos membros do júri que são sempre influenciados por A e B