Início Cultura Jomo Fortunato da ribalta à vulgaridade cria polémica por autoria de livro

Jomo Fortunato da ribalta à vulgaridade cria polémica por autoria de livro

por Redação

O livro “A Mística e o Simbolismo dos Tambores” é causa de um “braço – de – ferro”, com polémica quanto baste à mistura, em virtude da reivindicação da sua autoria pelo ex-ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Jomo Fortunato

A obra em causa retrata a trajectória musical do percussionista Joãozinho Morgado, considerado o “Rei dos Tambores” e foi apresentada oficialmente na passada quinta-feira(18), no Salão de Festas VIP, no Morro Bento, tendo o seu lançamento e venda acontecido na manhã de domingo (21), no Largo da Unidade Africana, ao Miramar.

O livro é reforçado por um documentário em DVD e um CD co-produzidos por Ilídio Brás, da Brasom, e Nguxi dos Santos, cenário que não agradou o ex-ministro e o deixou melindrado, reclamando que não lhe foram dados os devidos créditos pela autoria da obra.

Espantado com a reacção de Jomo Fortunato, o produtor Ilídio Brás afirma que não tinha como o ignorar e durante a promoção e apresentação da obra, frisou em vários momentos que o livro é da autoria do também crítico musical e literário.

Ilídio Brás explica que o livro vinha sendo escrito há 10 anos por Jomo Fortunato, por meio de recortes de suas peças em jornais; depois, achou-se melhor acrescentar um documentário em DVD e um CD.

“Achámos por bem fazer uma parceria com o nosso amigo Nguxi dos Santos e produzimos um documentário”, explicou Ilídio Brás ao promover o livro.

Realça-se que o documentário, foi produzido por Nguxi dos Santos, sob coordenação da Brasom, de Ilidio Brás, e contém contributos de colegas e amigos de Joãozinho do Bairro Operário, assim como depoimentos do próprio Jomo Fortunato, de Dionísio Rocha, Carlos Lamartine, Gilberto Júnior, Zé Fininho, Mário Fernandes e dos músicos cabo-verdianos Tito Paris e Leonel Almeida.

Mesmo assim, Jomo Forunato acusa Ilídio Brás de se apropriar da sua obra com objectivo de “ir buscar patrocínio na petrolífera angolana Sonangol”.

 “O livro é da minha autoria, quero avisar o público que comprar este livro, que saiba que o livro tem um autor. Joãozinho Morgado não escreve livros. É um projecto meu e do Joãozinho Morgado, que foi apropriado de forma ilegal pelo senhor Ilídio Brás, da Brasom, para ir buscar dinheiro na Sonangol”, denuncia, acrescentando que o assunto está entregue às autoridades judiciais, e o público leitor vai esperar o seu desfecho muito brevemente.

“Todo o mundo sabe que quem escreve biografia dos autores sou eu. Já publiquei, nas mesmas condições, o livro “Vida, Poesia e Canções”, de Filipe Mukenga. Então, era só para avisar o público que não se enganem, um livro tem autoria e tem editoria”, alardeou.

Recorde-se que Jomo Fortunato não é bem visto em determinados meios artístico-culturais, principalmente por causa da postura arrogante, do cinismo das suas considerações críticas e, sobretudo, por transparecer que é mais “sábio que a sabedoria” e que as suas opiniões são únicas e infalíveis.

Quando o Presidente da República João Lourenço o nomeou para o cargo de ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, foi como que uma grande descarga de água fria que se abateu sobre a sociedade, com destaque para os meios artístico – culturais, salvo para os infalíveis bajuladores.

Nos referidos meios, que ao longo dos tempos vão assistindo com pesar ao desvirtuamento dos diferentes valores, tanto artísticos como culturais nacionais, a nomeação de Jomo Fortunato, pela sua postura petulante e “estereotipada” não traria nada de bom ao sector, antes pelo contrário, tornaria o fosso mais fundo.

Diversos agentes culturais chegaram mesmo a fazer apostas quanto ao seu desempenho no cargo de ministro e ao tempo que resistiria à frente dos destinos de tão complexo ministério. Os que não lhe deram um ano acertaram em cheio na mosca. Jomo Fortunato foi exonerado onze meses depois pelo Chefe de Estado “por conveniência de serviço”.

Para além de “promover” algumas ditas “homenagens”, para beneficiar a sua própria “imagem urbana”, o tempo que esteve no Governo só serviu para “engordar” o “rei que tem na barriga” e espezinhar até pessoas que outrora lhe estenderam a mão.

Agora que “tombou” do pedestal, o homem está de regresso à vulgaridade, “comprando briga” por uma suposta “usurpação” de autoria de um trabalho em que ele próprio comenta.

“A Mística e o Simbolismo dos Tambores” traz incidências da carreira artística de Joãozinho Morgado que, muito jovem ainda, aos 13 anos de idade, fundou o Conjunto musical “Os Negoleiros do Ritmo”, tendo posteriormente estado na origem do surgimento no mercado do Conjunto Os Merengues, Banda Madizeza, Banda Welwitchia, Banda Maravilha, Conjunto Angola 70, bem como participou em vários projectos musicais.

Constam no livro depoimentos de colegas como Dionísio Rocha, Botto Trindade, Carlos Lamartine, Carlos Timóteo “Calili” e dos percussionistas Chico Santos, Miguel Correia, Manú, Dalú Roger, Bucho e Teles Morgado.

Contudo, o Jornal 24 Horas online soube à última hora que o assunto ainda vai produzir mais polémica, já que uma fonte confidenciou que “alguns pontos” sobre o caso e Jomo Fortunato, serão revelados dentro de momentos. Voltaremos! (Com agências)

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